Recebi um telefonema de um amigo que praticamente convidou-se para me visitar. Percebi angústia na sua voz. Queria me dizer algo. O mote era assistir o jogo da TV mas acabamos mesmo foi conversando - entre brancos da Borgonha, cuias de chimarrão e um Porto para arrematar - sobre nossas vidas.
Ambos preocupados com a miséria humana. Ele com a finitude e os males do corpo. Eu com a precariedade e os males da alma.
Ele frustrado especialmente com os filhos; sentia-os como parte sua mas paradoxalmente não os controlava. Eu falei-lhe das mulheres - continente ainda inóspito - e das frustrações que colecionara com elas. As dores da última, parte as compartilhei aqui.
Éramos dois atores dessa peça - a vida - que tinham plena consciência de estar protagonizando seu terceiro e derradeiro ato.
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