terça-feira, 19 de abril de 2016

Que Deus tenha misericórdia dessa nação!

Assisti praticamente a declaração de voto de quase todas suas excelências. Achei ótimo. O Brasil mostrava-se inteiro alí. Tudo aconteceu naquela seção da câmara, na frente e fora das câmeras. 
A pérola que está no título foi proferida por  Eduardo Cunha ao dar o seu voto. Ela resume muito bem o que lá aconteceu.  Quem diria.... Eduardo Cunha, além gangster, bandido, canalha e ladrão- segundo seus pares - tem o predicado da sabedoria. Sou mais modesto e faço minhas as palavras de outro homem honrado da república, Roberto Jefferson; ele é meu bandido predileto.
E os seus comandados? Houve aquele que voltou a ocupar a tribuna, porque esqueceu de dedicar seu voto  para o filho. E como estamos falando de família,  outro  trouxe o filho a tiracolo para pronunciar o voto em seu lugar; outra que dedicou o voto ao maridão, um prefeito probo das Minas Gerais. No dia seguinte, ele acabou  preso por desmandos na sua prefeitura.
O que dizer dos pândegos papagaios de pirata postados atrás de quem pronunciava seu voto, constrangendo abertamente quem votava  contra o impeachment? E daquele que votou em memória de um notório torturador da ditadura? E desse achincalhe do gênero humano, Paulinho da Força, fazendo um corinho com parte da sua quadrilha do Solidariedade em uma musiquinha onde sobravam  termos chulos contra os apoiadores da presidenta? Das faces crispadas e dos olhos injetados de ódio de alguns guerreiros do povo brasileiro que votaram contra o impeachment? Ou da traição para o Brasil inteiro assistir, daquele que liberado das funções de ministro para votar contra, votou a favor.
E teve cuspida na cara de adversário. Desse episódio fui poupado, porque se passou longe das câmeras. Enfim, houve tanto e de tudo que até o Paulo Maluf, o homem honrado com talvez a maior ficha corrida de mal-feitos de todos aqueles que se apresentaram por lá, foi um mero figurante. É... os tempos, parece, pioraram.
Um espetáculo a altura dos atores, do palco e de grande parte dos (tele)espectadores. Não podemos nos queixar porque avalizamos com nosso voto o que se passou lá. Invocando o Poderoso, posso escrever que não contribui. Hace años, voto nulo para, entre outros, deputado federal.


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