sábado, 24 de setembro de 2016

Paraolimpíadas

Se os Jogos Olímpicos são a manifestação da excelência, os Jogos paraolímpicos são a manifestação da humanidade. Sou muito cético em relação ao ser humano, mas ler as histórias e o desempenho desses atletas paraolímpicos faz com que eu pense em reconsiderar. Eles são um testemunho vivo de que pode haver luz no fundo do túnel.  Poderia parecer grotesco - como escreveu um jornalista argentino -   ver aqueles  atletas muitas vezes disformes, sem braço e/ou perna  chegando ao bloco de largada da piscina, e nele ajeitando-se como podiam para a partida. É incrível ver o nosso nadador Daniel de Faria, com braços que não passam de tocos e apenas com a perna esquerda,  ganhar 15 medalhas em Paraolimpíadas.  O espetáculo de ver esses atletas fisicamente deficientes competindo e muitas vezes superando marcas de super-atletas - foi assim nos 1500m rasos para homens -   desperta o sentimento de que, apesar da miséria da condição humana, a redenção é possível. Por incrível que pareça são eles e não os super-atletas que mostram que o projeto homem é viável.

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