Se os Jogos Olímpicos são a manifestação da excelência, os Jogos paraolímpicos são a manifestação da humanidade. Sou muito cético em relação ao ser humano, mas ler as histórias e o desempenho desses atletas paraolímpicos faz com que eu pense em reconsiderar. Eles são um testemunho vivo de que pode haver luz no fundo do túnel. Poderia parecer grotesco - como escreveu um jornalista argentino - ver aqueles atletas muitas vezes disformes, sem braço e/ou perna chegando ao bloco de largada da piscina, e nele ajeitando-se como podiam para a partida. É incrível ver o nosso nadador Daniel de Faria, com braços que não passam de tocos e apenas com a perna esquerda, ganhar 15 medalhas em Paraolimpíadas. O espetáculo de ver esses atletas fisicamente deficientes competindo e muitas vezes superando marcas de super-atletas - foi assim nos 1500m rasos para homens - desperta o sentimento de que, apesar da miséria da condição humana, a redenção é possível. Por incrível que pareça são eles e não os super-atletas que mostram que o projeto homem é viável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário