sexta-feira, 9 de setembro de 2016

As minhas Olimpíadas

- Em uma cerimônia de medalhas na natação enquanto todos se levantaram para a execução do hino, um grupo  de 6 a 7 cariocas - homens e mulheres -  sentados à frente, assim permaneceu, bebendo cerveja, alheios ao que se passava ao redor, conversando - alto! prá variar... -  e rindo como se estivessem num botequim...Uma vergonha só.
- Na volta para casa, aguardando na fila para tomar o BRT para o Jardim Oceânico, um casal de paulistas atrás de mim tecia comentários que esbanjavam um certo esnobismo sobre o que viam. Foi abrir a porta do ônibus e o marido pulou na minha frente, disposto a conquistar o mundo,  e jogou-se no primeiro lugar vazio que encontrou e que parece a senhora sentada no banco ao lado tinha reservado para o marido que dalí saira momentaneamente. Armou-se a maior confusão, a mulher saiu chorando, o marido que chegou logo após e outras pessoas ameaçaram o paulista abusado, que - cara de pau - não cedeu o lugar. Outro vexame.
- Era comum a cena de gente que nada tinha de idosa ou deficiente ocupar a vaga destes em Metrô e ônibus. Fazem cara de paisagem e de lá não arredam o pé. Aconteceu comigo. Era um dos primeiros da fila a entrar em uma das portas do metrô na estação Jardim Oceânico. Encaminhei-me para um desses lugares - usando minha condição de velhinho quando uma perua de uns 40 anos pula na minha frente e toma o  lugar. Sentada exibiu um ar desafiador até o final da viagem. A filha adolescente, sentada ao meu lado - ainda consegui um lugar - estava visivelmente envergonhada com o exemplo da mãe. Bons tempos aqueles em que os velhos eram exemplo para os jovens.
-Ví ganhando medalhas, super atletas como  Michael Phelps, Kate Ledecki, Usain Bolt, Simone Bayles. Rafa Nadal, gentilmente veio bater uma bolinha para a platéia  pois os jogos do dia foram cancelados devido a chuva.  Nesse dia triste, também deixei de ver, o Andy Murray.
- Ganhar medalhas para quase todos eles pareceu-me um fato corriqueiro Estão acostumados. A imprensa é quem doura a pílula e tenta colocar pompa e circunstância.
- Kate Ledecki, é definitivamente anti-estrela; além disso o physique du role não ajuda.  Lí por aí que agora vai colocar a natação em segundo plano, deixando de faturar dinheiro grosso. Em primeiro ficará a graduação em Stanford.
- Impagável ver Michael Phelps mostrando fadiga e queixando-se dela aos colegas do revezamento 4x200m medley depois de sair da piscina e de ganhar o ouro. Na TV, a imagem é sempre a do super-atleta.
- Chegava cedo ao cubo da natação para observar o aquecimento dos nadadores. Como nadam mais lentamente, fica mais fácil observar a beleza e sincronia dos movimentos do corpo do nado de peito e borboleta. O nado livre a valer em apenas uma raia, é suficiente para provocar uma respeitável onda na piscina.
- Na ginástica olímpica, o aquecimento dos atletas no solo era um espetáculo deslumbrante. Impressionante as piruetas que aqueles corpos desenham no ar simultaneamente. A antipatia mútua entre as equipes femininas de Estados Unidos e Rússia saltava aos olhos. A cerimônia de medalhas das finais individuais femininas, com duas americanas e uma russa no pódio deixou isso muito claro.
-  Estava sentado no estádio Olímpico praticamente diante da largada dos 200m masculino. Bolt esteve concentrado o tempo todo antes dela.  A presepada ele deixou prá depois para delírio do estádio.
- ...e não é que junto a estação do BRT na Vila Olímpica um  imenso canal de esgoto a céu aberto exalava  aqueles aromas que só o canal do Cunha sabe fazer? O tempero brasileiro não iria faltar na festa.

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