João Pereira Coutinho escreve na Folha de hoje, como Tim Farron, lider do Partido Liberal-Democrata inglês acabou sua carreira pelo fato de como cristão evangélico, ser contra o aborto e considerar o homossexualismo um pecado. Os mudernos ingleses só descansaram quando arruinaram sua carreira. Logo essa turma que exige tolerância acima de tudo! Para quem pensa como eles, certamente...
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Eis a suprema perversão do liberalismo moderno. Tempos houve em que a
proposta liberal procurava separar a política da religião. Não cabe ao
Estado legislar sobre a alma dos homens, escrevia John Locke. Em
matérias de consciência, o indivíduo é soberano. De igual forma, não
cabe à alma dos homens determinar os destinos da "polis".
Hoje, o caso de Tim Farron apenas mostra como o liberalismo moderno se
transformou numa forma de religião. E de inquisição: quem discorda da
cartilha é um herege que merece a fogueira das vaidades progressistas. A
política não é uma arena de consensos entre visões distintas do bem
comum. É um tribunal onde os pecadores devem confessar os seus crimes
(de joelhos) e abraçar a Verdade (com maiúscula).
O problema desta visão medieval das coisas não está apenas na
"intolerância" que ela revela. Muito menos na quantidade de "homens
vazios" que ela promove: criaturas destituídas de qualquer vida
interior, que debitam como se fossem robôs o "software" da moda.
O problema é mais vasto: aqueles que destroem a consciência individual
em nome do "bem coletivo" estão a destruir a última barreira contra o
poder arbitrário. Uma barreira de que eles podem precisar um dia se o
pêndulo do fanatismo mudar de direção.
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