terça-feira, 29 de março de 2022

Democracia disfuncional

Ontem assisti a uma reportagem sobre -  digamos as estrepulias - de um vereador da nova safra carioca, Gabriel Monteiro, acusado de assédio moral, assédio sexual, estupro y otras cositas más. Tornou-se conhecido através das redes sociais - era youtuber. Tinha uma ficha  bem pouco recomendável, junto à Polícia Militar por onde passou antes de se eleger, - pasmem! -  como  3o candidato mais votado nas últimas eleições. Entretanto, no mundo encantado e desencanado das redes sociais, nada como ser um youtuber de sucesso!

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Também na Folha de ontem foi publicado o artigo do professor Marcus Andre Mello sobre uma pesquisa feita a respeito do nível de conhecimento médio do eleitor feita em S. Paulo ao longo da década que passou que revela uma assustadora ignorância a respeito de candidatos, partidos políticos e da própria democracia. E olha que a pesquisa foi feita no estado mais desenvolvido do país! Lendo-o você vai entender porque  o nosso vereador , vamos dizer delinquente, conquistou a 3a maior votação para a Câmara do município.

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Paralelo a isso rola uma campanha que conta com amplo apoio imprensa, incentivando os jovens de 16 anos e mais,  a se tornarem eleitores. Estranha essa obsessão brasileira pelo voto. Muito mais importante do que obrigar todos a votar, seria dar ao povo subsídios a respeito de como funcionam as instituições em um estado democrático de direito. Certamente não teríamos tantos delinquentes nas casas legislativas do país.

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Somos uma democracia precária, com instituições precárias. Como apenas uma minoria é instruída suficientemente sobre uma e as outras, ficamos à mercê desses poucos, que nos mostraram sobejamente nos nossos 500 anos de vida que o melhor bocado é sempre o que lhes cabe.

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