...bem pode ser que esse povo, nós, nunca tenhamos verdadeiramente sido uma nação. Aqui houve Estado antes de existir um povo do qual ele fosse a legítima superestrutura. Faltou o ato constituinte. não se deu a passagem de um povo no seu território para a concentrada representação dele num lugar político verdadeiro. Constituintes, tivemos muitas. Ato constituinte, talvez nenhum. Tudo se passou nas altas esferas do poder já estabelecido. Nada subiu para lá direto do corpo doído e esperançoso da nação. Talvez seja tremendo assim: a nação brasileira ainda não se encontra, verdadeiramente, em parte alguma.
Ninguém nos representa - Marcio Tavares D'Amaral - O Globo, 16.05.2015
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