Grandiosa ou horrível, a catástrofe ou epopéia revolucionária dividiu em duas a história da França. Parece ter criado duas Franças, posicionando uma contra a outra, a primeira querendo desaparecer e a segunda sem se cansar de dar prosseguimento a uma cruzada contra o passado. Cada uma delas supostamente encarna um tipo humano quase eterno. De um lado evoca-se a família, a autoridade, a religião; do outro a igualdade, a razão, a liberdade. Em uma se respeita a ordem que séculos e séculos lentamente elaboraram, em outra se coloca como bandeira, a capacidade de homem para reconstruir a sociedade pelos dados da ciência. A direita, partido da tradição e dos privilégios, contra a esquerda, partido do futuro e da inteligência.
Talvez, na França, porque no Brasil... Em um passado nem tão distante assim, nossa esquerda - leia-se PT - foi contra a Constituição de 88, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, contra os exames do ENEM. Lembro que foram contra medidas que permitiam que os próprios consumidores abastecessem os carros nos postos de gasolina, não queriam abolir a função do cobrador no ônibus. Hoje, batem-se contra o Uber, defendem a poluidora e bucaneira indústria dos combustíveis fósseis - ideário comum ao Partido Republicano nos EUA- lutam contra o estabelecimento de uma idade mínima para a aposentadoria, hipotecando o futuro de seus filhos. Combatem a Lava-Jato, que apesar dos arroubos de Torquemada de alguns de seus promotores, é uma das raras luzes a brilhar na escuridão da nossa atual vida pública.
Pasmem! - consideram-se os legítimos representantes dos setores progressistas da nação. É ou não é kafkiano esse país?
Pasmem! - consideram-se os legítimos representantes dos setores progressistas da nação. É ou não é kafkiano esse país?
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