sábado, 12 de novembro de 2016

Loosers' backlash.

In my humble opinion foi o que aconteceu ao norte do Rio Grande nesta semana. Foi backlash  dos órfãos da globalização, daqueles que povoam a América profunda, depois da farra dos mudernos que concentram-se nas costas do país,  negros, hispanos, LBGT's, feministas, intelectuais, ambientalistas, artistas que deitaram e rolaram com Obama. É o rebote do white trash, órfão na midia e show business. A voz da maioria silenciosa se fez ouvir, para espanto, incredulidade e do wishful  thinking da intelligentzia. Essa eleição reflete uma fratura social que já apareceu na eleição da prefeitura do Rio, no brexit, no plebiscito da Colombia e voltará a aparecer nas próximas eleições francesas. Sinaliza mudanças importantes. Deixemos a democracia operar.
Divertí-me a beça com a cara de espanto dos mudernos que povoam nossa imprensa e a internacional. Sempre me incomodou essa postura  arrogante da turma que frequenta o  eixo Leblon-Ipanema aqui no Rio. Em São Paulo deve ser Vila Madalena, sei lá... Modelam o  mundo a partir das próprias mazelas - o que é normal - mas querem impô-lo aos demais,  uma vez que dominam redações de jornais e os circuitos da cultura. Conservei muito dos valores que aprendi no  interior profundo de onde vim; conheço bem essa outra visão de mundo que pouco tem em comum com a dos nossos mudernos - classes médias  e altas urbanas - que tentam empurrá-la goela abaixo dos outros - classes média baixa e pobre, capiaus do interior - através especialmente de televisão. O mundo é de uma diversidade bem maior do que a auto-intitulada vanguarda imagina bebendo seu vinho num barzinho trendy do Rio ou São Paulo  ou expondo suas teses em workshops da academia.
Votasse nos Estados Unidos, teria votado na Hillary, mas não vou demonizar o Trump. Ele expressa talvez a maior parte dos cidadãos americanos, que não tocam o bumbo como os mudernos fazem bem, mas se fizeram ouvir pelas urnas Vamos ver o que ele apronta. Os palpiteiros estão aí chutando horrores. 
O fato de ser um populista me assusta; como outsider político, carrega ambivalências. Se há algo de positivo nele, acredito,  que  como representante da turma do dinheiro grosso é um sujeito prático, logo não tem as certezas dos fundamentalistas religiosos ou ideológicos. Se uma política não  apresentar resultados ele certamente vai desistir dela.
Para o bem e para o mal e desencanto total da intelligenzia e dos mudernos, que venha o Trump!

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