quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Independência e harmonia entre os Poderes.

 Artigo 2 da Constituição: 

São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Já li por aí  que harmônico é mais uma jaboticaba brasileira. Nas outras constituições que regem democracias liberais a palavra estaria ausente. Independência apenas, poderia ser fonte de conflito, um palavrão para o nosso jeito de ser afeiçoado a um arreglo. Daí o discernimento (?!?) dos nossos legisladores, sabedores do barro que nos moldou para introduzir  harmonia no texto constitucional. Tem tudo a ver com Pindorama e sua  sólida tradição em acordos gestados por baixo dos panos,  pela turma do andar de cima. Até cunhamos uma expressão para definir esses arranjos: Tudo termina em pizza.  Um exemplo recente do jeito brasileiro de aparar conflitos é a participação do ex-presidente Temer no  cavalo-de-pau feito pelo capitão, desdizendo o que havia afirmado na frustrada tentativa de golpe de  7 de setembro.  Só Deus sabe o que o especialista em conchavos, expoente da velha política negociou para que a surpreendente reviravolta tivesse ocorrido.  Conrado Hubner Mendes na Folha de hoje trata com maior  acuidade de mais esta triste peculiaridade que nos distingue das demais culturas.

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