Artigo 2 da Constituição:
São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Já li por aí que harmônico é mais uma jaboticaba brasileira. Nas outras constituições que regem democracias liberais a palavra estaria ausente. Independência apenas, poderia ser fonte de conflito, um palavrão para o nosso jeito de ser afeiçoado a um arreglo. Daí o discernimento (?!?) dos nossos legisladores, sabedores do barro que nos moldou para introduzir harmonia no texto constitucional. Tem tudo a ver com Pindorama e sua sólida tradição em acordos gestados por baixo dos panos, pela turma do andar de cima. Até cunhamos uma expressão para definir esses arranjos: Tudo termina em pizza. Um exemplo recente do jeito brasileiro de aparar conflitos é a participação do ex-presidente Temer no cavalo-de-pau feito pelo capitão, desdizendo o que havia afirmado na frustrada tentativa de golpe de 7 de setembro. Só Deus sabe o que o especialista em conchavos, expoente da velha política negociou para que a surpreendente reviravolta tivesse ocorrido. Conrado Hubner Mendes na Folha de hoje trata com maior acuidade de mais esta triste peculiaridade que nos distingue das demais culturas.
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