segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Ser intolerante com os intolerantes.

A eleição do Lula parece ter dado carta branca para a esquerda militante colocar as manguinhas de fora. É extremamente preocupante porque são atitudes, no mais das vezes carregadas de agressividade,  divisivas, que estimulam reações iguais e opostas de quem está no extremo oposto, que sabemos não está aí para brincadeira. Os episódios de 8/1 comprovam, apesar de excessiva importância dada a eles - prá mim, a maior operação Tabajara da história brasileira. 

Alguns fatos que mostram os caminhos perigosos que algumas minorias estridentes do campo progressista teimam em  seguir:

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A tentativa promovida pelo Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito da USP de  impedir a volta à cátedra da ex-deputada Janaína Paschoal. A íntegra da nota que acompanha o abaixo-assinado obtive apenas de um blog progressista de um jornalista gaúcho, um texto mais lamentável que a própria nota. Mas enfim...

Abaixo o último parágrafo da nota que assusta pelo primarismo -  defende a democracia e ao mesmo tempo, além de atentar contra a pluralidade de pensamento, tenta impedir exercício da profissão de pessoa aprovada em concurso público. E quanto a Faculdade ser de negros e pobres? :

Hoje a Faculdade de Direito da USP é dos alunos negros e pobres. Hoje a universidade pertence aos defensores da democracia, não aos seus detratores. É exatamente por isso que você não cabe mais aqui. As nossas salas de aula se tornaram grandes demais para você. 

Foi um ex-diretor da Escola escrever uma nota defendendo o reingresso da professora para ser rebatido pelos representantes do diretório que resolveram colocar mais lenha na fogueira com pérolas do tipo:

É preciso ser intolerante com os intolerantes.

Com democratas dessa qualidade não são necessários muitos neurônios para concluir que nossa democracia - uma plantinha ainda raquítica! - pode ser abatida a qualquer momento.

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Na empresa em que trabalhei por 42 anos, ocorreu episódio similar. O gerente-geral da Exploração da companhia era nome forte para ser indicado para Diretor Geral de Exploração e Produção. Foi vetado sob a justificativa de que ele - até a esposa foi incluida no imbróglio (ele nega!) - teria emitido opiniões simpáticas ao bolsonarismo e também desabonadoras a técnicos ligados ao PT e às políticas para o petróleo  implementadas pelo partido nos seus 14 anos de governo.  Isso me lembra os Processos de Moscou que marcaram os grandes expurgos da era stalinista. Vai que a moda pegue!

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... e passemos para a área dos costumes onde a guerra cultural está comendo solta. Jerônimo Rodrigues, governador - petista, per supuesto! -  da Bahia, publicou nas redes sociais uma listinha de  fantasias proibidas aos baianos: fantasias de indígenas, de pessoas pretas, de travestis. Vestir-se de Nega Maluca, nem pensar... conforme artigo de Miguel de Almeida para O Globo.

Eduardo Affonso em O Globo escreve que para além das fantasias existe o patrulhamento das letras das marchinhas já consagradas do carnaval.Tem muita gente boa que não escapou do tacão da censura do identitarismo e do politicamente correto: Assis Valente, Lamartine Babo, Braguinha, Ary Barroso...só pra começar... 

Em breve teremos um index progressista que fará inveja ao da Inquisição. 

E pensar que essa gente vive se vitimizando em função da intolerância alheia. 

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...e o que dizer da linguagem neutra? Segundo pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina de Botucatu,  1,2% de população brasileira é não binária,  entretanto, há uma batalha que já chegou ao STF para aprovação do uso dessa linguagem nas escolas. Se você ousa se opor, logo será classificado como  reacionário. É incrível a capacidade que minorias barulhentas tem para impor suas pautas. É claro, contam quase sempre com a inestimável ajuda da midia mainstream. 

Eu sugeriria que sempre que isso acontecer , que se faça um plebiscito para ouvir a todos, em especial  aquela parte da população que vive à margem da agitação cultural dos grandes centros urbanos e que é chamada comumente de maioria silenciosa. Certamente os arrufos dessas minorias seriam colocados no seu devido lugar. O Chile com a votação da nova Constituição nos deixou um ótimo exemplo.

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