...mas virou um bordão que ouvia-se amiúde no Dia Internacional da Mulher:
- A mulher pode ser o que ela quiser
ou
- Lugar da mulher é onde ela quiser
e a suprema:
- Mulher pode ser o que quiser, onde quiser e na hora que quiser
Talvez eu esteja entendendo tudo pelo avesso mas, em minha opinião, não será assim que resolveremos o problema da desigualdade entre sexos - se é que o resolveremos algum dia.
Nem a mulher, nem o homem ou qualquer ser humano pode ser o que quiser, onde quiser , e quando quiser. O preço pago pela desmedida - a hybris dos gregos - é o castigo divino: Prometeu (mitologia grega), Adão e Eva (tradição judaico-cristã) - apenas para citar alguns - estão aí para comprovar.
Se enveredarmos pelo campo da psicologia/psicanálise- apesar de encarar o texto como pura filosofia - basta ler o que Freud escreveu em O mal-estar da humanidade para concluir que a boutade desorganizaria todas as relações sociais.
Para não falar no problema filosófico que essas bravatas remetem, pois claramente sugerem que a mulher se torne a referência nas relações humanas. Aí eu lembro de Protágoras: - O homem - quero dizer ser humano! - é a medida de todas as coisas. Palavra de ordem sofista que a história do pensamento consagrou como o caminho natural para o relativismo, a subjetividade, e as consequentes batalhas verbais infindáveis e estéreis. Afinal, se tudo é relativo...
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- A luta continua!
... dizem elas batalhando por representações paritárias nos tribunais, nos conselhos das empresas, nas câmaras de representação política, em qualquer atividade... como se igualdade se resolvesse na ponta do lápis ou se homens e mulheres fossem iguais. Atavicamente, há atividades que são mais adequadas ao homem, outras à mulher como se observa no mundo animal de onde viemos. Vá, entretanto, dizer isso a uma feminista...
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.... e para coroar tanta pajelança e bajulação oportunista nesta semana, Alexandre de Moraes, ministro do STF, resolveu - em homenagem à data - conceder liberdade provisória para 149 mulheres envolvidas na Operação Tabajara de 08/01 em Brasília. Thaís Oyama faz uma análise muito pertinente para o fato em seu blog para o UOL.
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