É uma frase atribuida a Mario Henrique Simonsen e faz parte do parágrafo final do Editorial de O Globo de 20.03. O texto faz uma crítica veemente aos gastos superiores a 1 bilhão de reais no projeto inacabado do VLT Cuiabá-Várzea Grande - obra de 22 km e 23 estações - na região metropolitana da capital mato-grossense. O episódio é uma epopéia de mal-feitos onde se misturam fraudes em licitação, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro segundo relatório da Polícia Federal. Decidiu-se agora trocar o sistema para o de ônibus articulados depois dos trilhos terem sido instalados e os trens comprados.
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A frase me lembrou outra, de um colega de trabalho:
- Teria sido melhor a empresa pagar uma viagem de turismo para fulano...
referindo-se ao fato da algumas gerências da Companhia, ao invés de enviarem para Congressos no exterior as pessoas mais competententes, usavam esses eventos para enviar técnicos totalmente despreparados ou desmotivados, dado a política equivocada de usar essas viagens como prêmios para técnicos desmotivados na atividade ou insatisfeitos por terem sido preteridos em promoções. É óbvio que uma viagem ao exterior às expensas da empresa, com a possibilidade de compras... era um evidente objeto de desejo para qualquer técnico. O resultado invariavelmente terminava em saias-justas do tipo alguém aparecer com uma sacola de compras no salão do Congresso, dando claramente indícios dos motivos da sua presença ali. O dano à imagem institucional da companhia eram evidente. Presenciei alguns fatos como os narrados e confesso senti vergonha por mim e pela empresa.
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Como os episódios mostram, nesta terra tão eivada de mal-feitos que até o sabiá dá mostras de que está cansado de cantar, as frases que para um nórdico podem parecer puro non-sense, aqui são perfeitamente plausíveis.
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