Enfim, chegou a hora e no dia 17 ensaiei os meus primeiros passos no Caminho da Fé. Pretendia percorrer o trajeto tradicional de Aguas da Prata-SP até Aparecida-SP; em torno de 300 km. Queria testar meus limites; sou um velhinho de 72 anos com sérios problemas de artrose no joelho esquerdo. Seria também um laboratório para um caminho maior; aquele de Santiago, embora este tenha um grau de dificuldade bem maior.
A mais importante é a humildade com a montanha. Enfrentá-la com parcimônia, dosando suas forças, particularmente em suas subidas e descidas mais íngremes, caso contrário... Só não fiquei pelo caminho pois percorri os 7/8 kms finais sem a mochila que pegou uma carona com um carro de apoio de outro grupo de caminhantes.
As outras foram, o peso elevado da mochila- entre 7 e 8 kg, o máximo permitido para meu peso, mas alto devido a minha condição de ancião - e a hidratação deficiente. Boa parte do caminho, particularmente trechos íngremes são feitos com o sol fustigando seu corpo nas horas mais desfavoráveis do dia. Peso e calor, associados a trechos de subida e descida íngremes compõem uma tríade de fatores que se não encarados com seriedade, podem retirá-lo de combate.
Sobraram presunção e peso na mochila, faltou hidratação. Permiti que a fadiga chegasse a seu gráu máximo e após o vigésimo km ao parar para tomar água desfaleci, sendo acudido por um grupo que caminhava próximo. Hidratado, percorri o trecho final livre da mochila. Foi um dia penoso, coroado pelo entorse que ocorreu quando perdi os sentidos.
Lições aprendidas, pretendo retornar em 15 dias. Não descansarei enquanto não vencer a(s) montanha(s). São várias: Pico do Gavião, Serra dos Lima, Serra do Caçador, Serra da Luminosa além da descida íngreme das Pedrinhas entre Campos do Jordão e Aparecida.
Haja fôlego, juizo e fé. Ou... parafraseando os gaúchos:
- Não podemo se entregá pros home!
Nenhum comentário:
Postar um comentário