segunda-feira, 22 de junho de 2015

Jorge Alberto

Meu companheiro de vôo Transbrasil naquele distante 23 de janeiro de 1978. Saimos de Porto Alegre para Aracaju. Apresentaríamo-nos no dia seguinte para ingressar na Petrobras.
Éramos colegas de turma, formandos em Geologia pela UFRGS no final do ano anterior. Na escola éramos de grupos diferentes e minha proximidade era pequena, mas na empresa nos aproximamos pois trabalhamos na mesma gerência por 36 anos.
Hoje ele se aposenta. Ligou prá mim pela manhã. Relembramos fatos desse longo período. Estou um pouco transtornado hoje.
Tem uma qualidade rara nos dias atuais. É um homem bom. Pessoa  simples, não buscava o poder e a glória. Preocupado com a família, os filhos.  Fazia o bem para o próximo, ligado que é, fortemente ao espiritismo.
Aprendi a estimá-lo e respeitá-lo ao longo dos anos. Com ele vai-se um pouco de mim nessa empresa que passa certamente pelo pior momento da sua vida. Mais e mais sinto que minha hora não tarda. Há muitos livros para ler, filmes para ver, orquídeas para cuidar  e caminhadas por fazer. O tempo encurta. Na empresa, sou apenas mais um, perfeitamente substituível.
E prá você meu caro Jorge Alberto, vá viver a sua vidinha tranquila, fazendo o que gosta, com quem gosta. Far away desse mundinho hipócrita e selvagem que temos que enfrentar diariamente - e pior! -  com a cara lavada. 

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