terça-feira, 30 de junho de 2015

Da esperança para a melancolia.

Dois contemporâneos meus, lambendo as feridas sobre o que poderíamos ter construido mas, infelizmente, não conseguimos. Da esperança desaguamos na melancolia. Como geração, fracassamos em mudar esse país.
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Hoje, não gostamos mais do Brasil e muito menos de pensar sobre o Brasil. As discussões políticas se tornaram pobres debates entre pobres partidos tão semelhantes, incapazes de inventar um caminho para o país, numa guinada geral rumo às trevas. Enquanto isso, o Brasil passa diante de nós sem ser visto, entre a perplexidade da população e o avião para Miami.
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Ele veio trazer o fogo - Cacá Diegues, O Globo, 28.06.2015
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Olho para esse tempo com melancolia. Ao chegar ao Brasil, os tempos do exílio não pesavam tanto. O futuro era tão interessante, o processo de redemocratização tão promissor que compensavam o passado recente. Agora, não. O futuro é mais sombrio porque a tentativa de mudança foi uma fraude, a própria palavra mudança tornou-se suspeita: poucos creem que o sistema político possa realizar os anseios sociais.
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A realidade surpreendeu todas as previsões da volta ao exílio, tornou-se uma espécie de pesadelo.
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Reflexões sobre o volume morto - Fernando Gabeira, O Globo, 28.06.2015

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