sexta-feira, 15 de abril de 2022

Longe dos extremos

Jovens e ainda verdinhos para a vida,  nos apaixonamos pelas opções extremas do arco de possibilidades que ela nos  oferece, mas o tempo e os fatos nos conduzem para opções mais ao centro. O dia-a-dia é pródigo em fatos que só fazem confirmar um velho provérbio português:

 - Os extremos se atraem.

Um artigo da BBC publicado no UOL do dia 14 ilustra com perfeição a sabedoria do pessoal da terrinha. Para o segundo turno da eleição presidencial francesa, parte significativa (entre 18% e 30% segundo diferentes pesquisas) de extrema esquerda francesa que votou em Mélenchon no primeiro turno, votará em Marine Le Pen, candidata, nem tanto assim - moderou o discurso! - da extrema-direita. 

Dentre as razões para o paradoxo da escolha - segundo o artigo, não para mim! - estão as semelhanças do programa econômico dos candidatos.  Ainda de acordo com o artigo, Marine Le Pen, promete um estado protetor e se diz adversária do poder do dinheiro - notas melódicas para os ouvidos de esquerda!

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Por aqui também há muitos pontos de contato entre bolsonaristas e esquerda-raíz. A comparação enfurece, particularmente, aos últimos. Exemplos? Não há como negar que ambos detestam a LavaJato e a Rede Globo. Ambos são negacionistas; os primeiros negam a eficácia das vacinas, a ação antrópica sobre as mudanças climáticas;  a esquerda-raiz até hoje nega que houve corrupção nos governos do PT, além da sua conhecida arrogância em negar toda a análise da conjuntura - econômica, por exemplo - que não se coadune com seus cânones. 

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Fosse francês, cravaria Macron. Pena que não apareça nada semelhante por aqui e no segundo turno, provavelmente, tenhamos que optar, entre um larapiozinho de varejo - pelo que se sabe até agora! - e outro mais sofisticado, aluno exemplar da escumalha que  nos dirigiu na maior parte dos 500 anos de existência do país.

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