quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Rescaldo (!?!) das urnas.

A doublé de apresentadora/repórter de política não conseguia esconder  no rosto sua estupefação com os números inesperados que se sucediam na tela do programa de TV que coordenava e que eu assistia no final de domingo após a abertura das urnas. Todos esperavam uma vitória de Lula no primeiro turno ou  que ele alcançasse números muito próximos aos 50% dos votos válidos,  mas o que se viu um crescimento significativo dos votos em candidatos conservadores e no capitão. Ela, como a maior parte da grande mídia que é progressista, fizeram uma clara opção por Lula, daí sua reação. Vivem nos grandes centros urbanos, em bolhas progressistas e desconhecem o imaginário do povo que vive nas periferias das grandes cidades ou do interior profundo do país. Quebraram a cara! As pesquisas também. Nem tanto quanto aos votos progressistas, mas significativamente quanto aos votos conservadores. E por incrível que pareça, foram os institutos mais conceituados aqueles que mais erraram.

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Muito se falou e escreveu sobre o fato. Do que lí e ouvi, concluo que mais do que o conservadorismo, foi o antipetismo quem determinou o resultado. Ou melhor, mais do que conservadora, grande parte - a maior? -  da população ainda é antipetista. Como ninguém de centro - antes o PSDB cumpria esse papel -  empolgou-os suficientemente, ainda no primeito turno sufragaram o capitão. É péssimo para a democracia, porque ele não é um democrata. 

É inimaginável dar-lhe carta branca para um segundo mandato, pois a criatura vai continuar tentando de uma maneira soft ou hard - opção fora da moda, mas com o capitão tudo pode acontecer!  instaurar um regime totalitário. A maioria conservadora que se elegeu para o Congresso, vai facilitar enormemente seus propósitos. Não pretendia votar no segundo turno pois estou com 70 anos, mas vejo que em nome da manutenção da democracia - um valor mais alto se alevanta! -  terei que cumprir meu dever cívico e votar pela volta da picanha e da  cerveja na laje. Melhor perder os anéis do que os dedos.

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E falando nos eleitos para o Congresso, citei no post anterior vários nomes de candidatos que me causavam estupefação pelo fato de ainda terem a cara de pau de apresentaram-se como candidatos mesmo com a fornida lista de mal-feitos que enriquece seu prontuário. Afora os membros da família Picciani, Cabral e de Wilson Witzel, todos os outros foram eleitos. O que dizer da votação do Gen. Pazzuelo ou de Daniel Silveira que recebeu 1,5 milhão de votos, mesmo com a candidatura para senador sub judice? E  estou abordando apenas o caso do Rio de Janeiro. 

É incrível! Apesar da democracia nos facultar o voto livre e direto ainda assim escolhemos mal. Alguém já escreveu que esta não é uma das suas grandes vantagens; o exemplo dessa eleição fala por sí. Por outro lado,  grande vantagem seria a possibilidade que nos oferece,  de despacharmos quem não correspondeu a nossas expectativas. Será? O que ele diria se o capitão vier a ser eleito para um segundo mandato?


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