Não sei se vivo em um mundo paralelo ou se fui eu que mudei mas o fato é que sinto-me cada vez mais um estrangeiro acompanhando em especial a opinião dos articulistas e - menos! - as notícias que estão nas telas de TV e nos jornais agora on line. Era ouvinte assíduo de canais de notícias no rádio e na TV, hoje lhes dedico cada vez menos tempo. A sensação que tenho é que se tornaram veículos de nicho, dirigidos para públicos específicos. Não há preocupação em apresentar os fatos de uma maneira minimamente imparcial, nem em elaborar uma análise afastada da posição política/ideológica dos articulistas. Omite-se o que contraria a linha editorial, superexpõe-se o que vai ao encontro dela, e o proselitismo opiniático é desabrido. O mundo que se vê ali é o mundo da costa, dos grandes centros urbanos e, - pior! - de nichos dentro desses centros. Ando pelas ruas, vou às feiras e não há nada parecido com o que alí é retratado.
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O resultado das eleições revela o descolamento da realidade vivido pelo pessoal que produz o que esses meios veiculam. O tema chegou a ser abordado em um programa que comentava os resultados no domingo que passou, e até houve um mea culpa de raros participantes. Foi pontual porque o pessoal continua na mesma batida. Veja por exemplo o comentário desse articulista da UOL que ao invés de analisar as razões porque a centro-direita está convergindo para a extrema-direita como mostraram as urnas e o posicionamento dos políticos quanto aos apoios para o segundo turno, põe-se a fazer proselitismo para que ela abandone essa atitude.
Demétrio Magnoli no seu artigo de hoje para a Folha, também revela seu estranhamento com o que se passa com boa parte da nossa midia mainstream.
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Não é de se estranhar que no Brasil a confiança em notícias seja maior no WhatsApp e no Google do que na midia tradicional como revela uma pesquisa patrocinada pelo Reuters Institute associado à Universidade de Oxford e revelada pelo articulista da UOL, J. R. de Toledo.
Estão colhendo o que semeiam.
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