terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O desejo cansa diante da banalidade da beleza













(imagens do blog Imagens e Letras de Otávio Saldanha)

A editora Taschen acaba de lançar  The Art of Pin-Up, 546 páginas, meio metro de comprimento.
São garotas retratadas em poses sensuais  em uma época onde mostrar as pernas era transgressor; não eram vulgares, tampouco oferecidas. Representam a transição dos longos vestidos e das anáguas usadas pelas mulheres até o final do século XIX que  a tudo escondiam, para a devassa do corpo feminino operada em nossos dias. Foram as garotas do calendário que povoaram o imaginário masculino dos americanos até os anos 60. Depois vieram as minissaias de Mary Quant, as garotas da Playboy em poses recatadas  se comparadas às garotas da Penthouse com suas genitálias expostas, Nem falo das garotas da Hustler.

O desejo precisa do seu claustro. (Nelson Rodrigues). A beleza é sempre necessária mas escondida por detrás de sua discrição... Quando se esquece que a beleza é melhor vista fora da luz, esquece-se que a beleza exposta dá tédio, e o corpo é o órgão por excelência do tédio. Nele, o tédio não é uma idéia da falta de sentido da vida, é a matéria mesma por onde passam as horas da falta de sentido.

Luiz Filipe Pondé - A Filosofia da Adúltera - Leya

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