...forte, generosa como há tempos não se via. A chuva!
Na madrugada quente e abafada desse verão insuportável - lí por aí que o Rio teve 6 das 10 temperaturas mais altas do planeta nesses dias de verão - ela começou mansa acompanhada discretamente pela bandinha - afinal é carnaval - de raios, relâmpagos e trovoadas. Além da alegria de vê-la caindo, foi bom sentir novamente o cheiro da mata, mesmo ressequida pela seca, invadindo o apartamento.
Nunca foi tão esperada por nós, míseros mortais apavorados com o espectro da falta de água nas nossas torneiras e chuveiros e pelos nossos governos irresponsáveis que criaram essa incômoda situação que pode desaguar no caos. Algo de muito grave deve afligir um país que mesmo com uma das maiores reservas hídricas do planeta deixa seus habitantes a mercê das agruras de um racionamento. Aliás, fosse apenas a falta d´água... Há outros claros indícios do quanto esse país é disfuncional. Para citar alguns... Os números ao redor de 50000 mortes violentas por ano que se mantém renitente desde 2010; os 50000 estupros (declarados!) por ano em 2013; as 529000 notas zero (8.5% do total) registradas na prova de redação do último ENEM... Mazelas que nos envergonham e colocam a pergunta: Onde foi que erramos?
Somos um pais kafkiano que ao invés de se desesperar com os absurdos que o corroem, deles se ri. Aqui tudo termina em samba. Nada mais adequado para o mês que hoje inicia.
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