sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

No meu calo, não!

Nesta segunda-feira (16), seis universitários saíram de São Bernardo do Campo, na Grande SP, levando um megacooler com 600 cervejas e uma caixa de som potente.
Desembarcaram na Vila Madalena, na zona oeste, e puseram Anitta para tocar.
Rapidamente, uma turma se formou ao redor. Três meninas fizeram uma rodinha e se beijaram. Outras duas tiraram a blusa para dançar de sutiã. Três meninos acompanhavam do outro lado da rua, igualmente sem camisa.
Em meio à festa, que acontecia na rua Fradique Coutinho, um casal que mora a uma quadra dali passa. O homem aponta para a caixa de som. “Você não mora aqui, mora?”, pergunta a um dos estudantes. “Pois é, tem gente que mora, e esse barulho incomoda. Vocês podiam ir para outro lugar.”Os meninos abaixam o volume, e o casal vai embora. Minutos depois, o som volta a tocar no volume inicial.
..............
Antigos frequentadores criticam. “Está desconfortável. Tem gente esquisita, meninas que não sentem frio, povo que vomita na rua”, reclama a professora Luísa Moscalcoff, 30.
“A Vila não tem nada a ver com o que está acontecendo agora”, diz a livreira Cordélia Ramos. “Tem exagero, drogas, bebidas, depredação.”
Quem trabalha na região relata a inconveniência pós-folia. O jardim do estabelecimento onde Nelson Enohata trabalha amanheceu imundo, com lixo, urina e fezes. Pilares foram pichados.
“O que aconteceu aqui prova que uma minoria não age de forma civilizada e não está preparada para aglomerações”, disse Enohata.
A Livraria da Vila amanheceu com fezes na área externa, segundo uma funcionária. Numa drogaria, foliões perturbam farmacêuticos pedindo para usar o banheiro ou urinando no estacionamento.

UOL, Blog Alalaô, 15.02.2015

*****************
Interessante a reação do povo da Vila Madalena, reduto muderno dos paulistanos.
Deveriam aceitar a invasão suburbana.  Onde fica o direito dessa gente esquisita que afinal está querendo apenas se divertir, pegar umas minas. É um fato didático para mostrar como na teoria é fácil defender a liberdade absoluta - a nossa é claro! - o direito dos despossuídos - carimbo para ser considerado bonzinho. Quem defende que liberdade é um exercício onde se testam limites dos envolvidos na ação e envolve muitas vezes um longo e penoso entendimento é tachado de conservador, careta por esse povo. Nada mais didático do que  sentir na carne as agruras da ter seu quintal invadido por forasteiros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário