MORRER... DORMIR...
Morrer... dormir... não mais! Termina a vida,
E com ela terminam nossas dores;
Um punhado de terra, algumas flores,
E, às vezes, uma lágrima fingida!
Sim! minha morte não será sentida;
Não deixo amigos, e nem tive amores!
Ou, se os tive, mostraram-se traidores,
- Algozes vis de uma alma consumida.
Tudo é podre no mundo! Que me importa
Que ele amanhã se esb’roe e que desabe,
Se a natureza para mim é morta!
É tempo já que o meu exílio acabe...
Vem, pois, ó Morte, ao nada me transporta...
Morrer... dormir... talvez sonhar... quem sabe?
Francisco Otaviano
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