É o sentimento que me invade depois da repercussão nas redes de notícias da TV da morte em acidente aviatório da cantora Marília Mendonça. Ocuparam-se o dia todo com o fato. A Globo cancelou seu programa de grande audiência no sábado para transmitir os funerais. A sensação é de que o país havia parado. A julgar pelo destaque dado pela midia, talvez tenha mesmo!
Nada conhecia a seu respeito. Mais informado agora, sei que era cantora sertaneja, rainha da sofrência, ícone do feminejo, e que teve uma live na pandemia que bateu o recorde de assistência no mundo: 3,3 milhões de pessoas simultaneamente. Caramba...e eu totalmente por fora.
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Também tive essa sensação meses atrás, quando faleceu o ator Paulo Gustavo vitimado pela COVID. Foi comoção parecida, embora mais restrita ao Rio de Janeiro. Só faltaram canonizá-lo... O fato de ter constituido uma família gay, adotado duas crianças, ajudou a midia a magnificar ainda mais os fatos. Em Niterói, onde nasceu, uma das principais ruas da cidade passou a se chamar Paulo Gustavo.
Mal o conhecia de uma peça publicitária que fazia para o Banco do Brasil.
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Fico a me perguntar se vivo em uma bolha, mal-informado e desconectado dos acontecimentos ou se o mundo tribalizou-se de tal maneira que se tornou um conjunto de bolhas com raros vasos comunicantes entre elas.
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Nelson Rodrigues, classificava-se como um homem inatual; penso queria referir-se à visão conservadora que tinha do mundo. Queria apropriar-me do termo para definir minha condição de alheamento com o fluxo dos acontecimentos, ou pelo menos com o que a midia consumida pelos bem-pensantes considera como tal. Vivo ainda estou, mas sinto que não me banho no rio da vida.
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