quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Conflito de interesses...Qual o problema?

O imaginário nacional jogou prá debaixo do tapete desde sempre. Já vivenciei na empresa e - não lembro! - devo ter feito pelo menos um post anteriormente sobre casos do passado, creio que envolvendo Gilmar Mendes - sempre ele! -  que não se declarou impedido de julgar um caso de Jacob Barata Filho,  empresário - capo? -  do  transporte coletivo do RJ, mesmo tendo sido padrinho de casamento de uma das suas filhas.

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Lula viajou para a COP27 nas asas de um jatinho de um empresário amigo, dono de uma importante empresa que vende planos de saúde no país - setor que tem lobby poderosíssimo no Congresso. Já andou enrolado com a Justiça e dela se escapou através de uma delação premiada.

Vai que apareça ao longo do seu mandato alguma medida que beneficie o setor - ou pior! - a própria empresa? As suspeitas logo irão aflorar. E com razão...

Duro é ver muito jornalista defendendo o futuro presidente, não vendo nenhum problema com o fato. Aliás, a imprensa chapa branca dos tempos dos governos petistas voltou, agora com colunistas defendendo desabridamente o presidente recém-eleito.

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Cinco ministros do STF participaram em NY de uma conferência de dois dias para mais de 260 empresários brasileiros. Viajaram com TODAS as despesas pagas pela LIDE, empresa de João Dória que organizou o evento.

Desta vez não apareceu jornalista para defendê-los - o Judicionário anda em baixa na opinião pública . Além de xingados por manifestantes, foram ridicularizados por Conrado Hubner Mendes na Folha de hoje que qualificou o evento como uma micareta 5 estrelas. Não deixa de ser. Qual a razão para uma conferência para a elite econômica brasileira com a participação de ministros do STF -  tudo junto e misturado - discutindo problemas nacionais ser realizada em uma cidade do exterior? 

É um exemplo claro de promiscuidade entre um poder da República - res publica -  e um grupo privado do andar de cima do país. Nenhum ministro viu  conflito de interesses em participar do evento. Vá lá tivessem custeado suas despesas...

O descrédito nas instituições do país e a ira dos bolsonaristas contra o STF não são portanto gratuitos.

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Corria na Europa, durante o século 17, a crença de que aquém da linha do Equador não existe nenhum pecado: Ultra aequinoxialem non peccari. Barleaus, que menciona o ditado, comenta-o, dizendo: "Como se a linha que divide o mundo em dois hemisférios também separasse a virtude do vício" 

Sérgio Buarque de Holanda (1932), Raizes do Brasil  - Notas de Rodapé.

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